O EXEMPLO DO MOISÉS
A Bíblia
diz que Moisés destacou-se em mansidão, que é suavidade: “Ora,
Moisés era homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a
terra” (Números 12:3).
Deus
deu-lhe uma elevada posição. É duro para o homem natural ser suave com aqueles
o atacam, especialmente se atacam seu posto oficial e honra. Mas Moisés não
tentou se defender.
Um exemplo
da mansidão de Moisés encontra-se no relato de Números 13:1-8, quando seus
irmãos Arão e o Miriã o criticara. Como servo escolhido de Deus ele
poderia repreendê-los, mas com humildade preferiu guardou silêncio. Tal
silêncio não foi uma manifestação de fraqueza, mas de força de caráter.
Certamente, Moisés não era covarde. Simplesmente deixa prevalecer a sua
mansidão como resultado de uma opinião humilde de si mesmo!
A mansidão
inclui a idéia de que nós não nos preocupamos com o que acontece à nossa honra,
tanto quanto o que acontece à honra de Deus e o que acontece com outros.
Em outras
ocasiões, quando as circunstâncias o exigiram, vemo-lo agindo com rigor.
Exemplo disso é no incidente do bezerro de ouro. Diante da idolatria do povo,
construindo para si um bezerro de ouro e adorando-o, quebrando, assim a aliança
com Yahweh, ele reage com uma ira santa: “Chegando ele ao arraial e
vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe a ira, e ele arremessou das mãos as
tábuas, e as despedaçou ao pé do monte. Então tomou o bezerro que tinham feito,
e queimou-o no fogo; e, moendo-o até que se tornou em pó, o espargiu sobre a
água, e deu-o a beber aos filhos de Israel” (Ex 32:19-20).
(Ver Ex 32:25-28).
Em Êxodo
32:30-32 o modo como pleiteia com Deus a favor do povo revela que a mansidão de
Moisés nada tem a ver com fraqueza. “No dia seguinte disse Moisés ao
povo: Vós tendes cometido grande pecado; agora porém subirei a Yahweh;
porventura farei expiação por vosso pecado. Assim tornou Moisés a Yahweh, e
disse: Oh! este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um deus de ouro.
Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens
escrito.”
O EXEMPLO DO JESUS
É dos
próprios lábios de Jesus que temos uma viva descrição da marca da mansidão que
orna o caráter do Mestre: “Vinde a mim, todos os que estais cansados
e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para
as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve” (Mt
11:28-30).
Isaías já
antevira essa marca no Messias, ao escrever: “Ele foi oprimido e
afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e
como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a
boca” (Is 53:7).
E quando
chegou o momento dessa profecia de Isaías se cumprir, vemos sua mansidão em
meio à Sua maior prova: “Mas ao ser acusado pelos principais
sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Perguntou-lhe então Pilatos: Não
ouves quantas coisas testificam contra ti? E Jesus não lhe respondeu a uma
pergunta sequer; de modo que o governador muito se admirava” (Mt
27:12-14).
Jesus
mostrou verdadeira mansidão tanto no meio do conflito quanto da popularidade.
Suas curas e milagres freqüentemente trouxeram as multidões a uma explosão de
entusiasmo. Mas Ele se recusou a deixá-los fazer dEle o tipo de rei que eles
queriam. Ele os lembrou da passagem em Isaías 42:1–4, "Eis aqui
o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se compraz a minha alma;
pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às nações. Não clamará, não se
exaltará, nem fará ouvir a sua voz na rua. A cana trilhada, não a quebrará, nem
apagará o pavio que fumega; em verdade trará a justiça; não faltará nem será
quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.”
Jesus
sabia quem Ele era, mas Ele era manso e humilde. A consciência do Seu poder O
capacitou a ser manso para com aqueles em necessidade. Ele não esmagaria a cana
quebrada, mas a restauraria plenamente. O pavio fumegante de uma lâmpada Ele
não terminaria de apagar, mas faria com que ardesse brilhantemente outra vez.
Sua mansidão funciona. Ela gera a retidão, e trará a justiça à terra, porque
Ele mansamente toma o pecador e o torna completo.
A mansidão
de Jesus não era devida à falta de fortaleza. Sua poderosa força já havia sido
demonstrada:
Sua
mansidão na prova era evidência de fortaleza, não de debilidade!
A palavra
de Barclay é aqui oportuna: "Tratemos a todos os homens
com cortesia perfeita; que possamos repreender sem rancor; que possamos
discutir sem intolerância; que possamos enfrentar a verdade sem ressentimento,
que possamos estar zangados e sem pecar e que possamos ser gentis e entretanto não
ser débeis."
Novamente,
esta qualidade vem de se ter uma opinião humilde de si mesmo, junto com a
fortaleza interior para controlar as emoções, a língua e o comportamento.
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